Editorial / Editor’s note
Prezado leitor,
Motivo de júbilo para toda a Comunidade Educativa Claretiana, a Revista Medicina e Saúde lança sua primeira edição, apresentando as primeiras nuances da identidade que almejamos alcançar: a interdisciplinaridade. A partir de 2018, o curso de graduação em Medicina passou a integrar a oferta do Claretiano – Faculdade, unidade que ostenta a marca reveladora de mais de 30 anos de excelência dedicados ao campo da saúde. Tal feito reafirma o compromisso institucional de “[...] capacitar a pessoa humana para o exercício profissional e o compromisso com a vida” (MISSÃO E PROJETO EDUCATIVO CLARETIANO, 2007, p. 11). É justamente pela celebração do lançamento do curso de Medicina e da primeira edição de mais um veículo de promoção da ciência que tomo a liberdade de abordar o atual contexto do ensino médico, tendo em vista sua relação indissociável com a pesquisa e a extensão.
Atualmente, o ensino médico é discutido em todo o mundo, seja pelos seus resultados seja pelas variações das metodologias a serem aplicadas e qual o perfil de competência que se espera do formando ao final de sua graduação. Dentro dos novos modelos de ensino e com base nas Diretrizes Curriculares Nacionais dos Cursos de Medicina, a busca tem sido por um perfil mais humanitário, com responsabilidade ética. Assim, visa-se a formação de um pensamento reflexivo e com base na gestão para uma plena interação com o contexto onde estiver exercendo seu papel profissional como médico.
As novas instituições de ensino médico têm apresentado currículos baseados em metodologias ativas, mas ainda precisamos de dados mais robustos para avaliar o ganho real na formação médica com essas mudanças e a relevância da produção científica, integrada de modo efetivo a esses modelos.
Dentro da publicação das novas Diretrizes Curriculares de 2014, com a divisão em áreas de Atenção à Saúde, Gestão em Saúde e Educação em Saúde, parece salutar o incentivo à pesquisa científica como parte na busca dessa integração e formação reflexiva dos estudantes, mas essa prática dentro do ensino médico ainda é pouco utilizada, conforme dados dos questionários aplicados aos formandos, como já realizado no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade).
As novas escolas médicas teriam como avaliar melhor esses resultados aplicando desde o início dos seus cursos a iniciação científica de modo curricular, por meio de um corpo docente capacitado e destinado a esse fim e com o estímulo institucional à pesquisa de qualidade e impacto. É necessário promover critérios de avalições dessa evolução e estabelecer qual seria o resultado no perfil de competência dos egressos.
No contexto desta reflexão, esta primeira edição da Revista Medicina e Saúde apresenta trabalhos de professores-pesquisadores que formam o corpo docente do Claretiano. Suas contribuições estimularão novos debates, além do engajamento e participação de alunos, que, por intermédio das ações de Iniciação Científica, poderão amadurecer intelectual e humanamente para a prática profissional mais consciente e crítica, capaz de um retorno qualitativo à sociedade e à saúde pública.
Boa leitura!
Prof. Jair Virgilio Junior
Coordenador do Curso de Medicina
Claretiano – Faculdade