É peculiar o discernimentos (ou os discernimentos) do cristão sob impulso do Espírito de Jesus. Este auspício, porém, tão presente no período de cristandade, está enfraquecido nos tempos atuais. A mudança cultural, que se vive, está profundamente dominada pelo sistema econômico neoliberal e pelas premências sociais. A crescente dicotomização entre fé e vida tem enfraquecido, na prática o discernimento na maioria dos cristãos, seja pela omissão daqueles que deveriam formá-los, seja pela fraca (ou não amadurecida) adesão a Jesus. A adesão, muitas vezes, é bem maior à (s) igreja(s) e suas manifestações culturais, que ao próprio Senhor.
Discernir – analisar, escolher e decidir-se – é um ato humano diário, na vida. Por isso, é um ato dinâmico. Mesmo em tempo de mudanças e de uma hegemonia (de qualquer tipo), quem adere ao Senhor Jesus e a sua proposta, terá um modus vivendi próprio. Por princípio, ser cristão é “viver como Jesus viveu, amar como Jesus amou” – como sinaliza a canção. O cristão é o que ilumina e constrói sua vida imitando Jesus – como se Ele estivesse “no meu lugar”. Ser culturalmente cristão não é difícil. Mas, não é significativo. E não o é porque tal “compromisso cultural” é um modo de viver que, dificilmente, tem incidência maior na vida particular.